
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
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"Para nos entendermos melhor, vou dar um exemplo muito prático, a vila das Alcáçovas. Nesta vila, que tem mais de dois mil habitantes, há muitas pessoas que sofrem de omnipresença, ou seja, aparecem em vários locais ao mesmo tempo. São pessoas que não conseguem fazer parte de uma só associação, são pessoas que gostam de estar em todas as festas a fazer discursos, são pessoas que gostam de ser fotografadas, são pessoas que gostam de aparecer."(A Omnipresença - 30-08-2008)
"Basta-nos olhar para esta foto para percebermos que o investimento não tem sido grande. Este espaço foi criado há alguns anos, mas não foi suficiente para cativar o investimento de empresas.Não basta criar um espaço para a instalação de empresas, é necessário muito mais que isso, sobretudo vontade política." ("Parque Industrial" das Alcáçovas - 29-12-2008)
"Por agora o PS já conseguiu uma coisa, assustar a CDU! Ainda não se sabe bem qual é o objectivo do PS, nem o quais os projectos que vão apresentar, mas para já fica a curiosidade e expectativa.Relativamente à CDU todos sabemos bem o que eles têm para nos apresentar: apenas mais do mesmo, o que é angustiante e muito preocupante para o desenvolvimento do concelho." ("A CDU de Viana e um susto chamado PS" - 22-10-2008 )
O centro histórico das Alcáçovas começa a parecer uma cidade fantasma, com casas degradadas e abandonadas, ruas esburacadas, monumentos desprezados e muito mais... Deixo aqui um bom exemplo do estado de abandono e desleixo a que chegou o centro histórico da vila. Estas fotos foram tiradas na Rua Aleixo de Abreu e Rua do Paço, mas poderiam ser mais, dado que é um facto comum a várias ruas! Será que o estado destes candeeiros não incomoda ninguém da Junta ou da Câmara? Fica aqui a pergunta, e exigimos uma resposta! ("Um centro histórico fantasma" - 21-02-2009)
" A Morte de Peartree Grass" - folhetim neo-realista premonitório, publicado no "Viana & Tal" de boa memória em Fevereiro de 2008:
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Depois de uma longa vida de excessos e desregramentos, finou-se Peartree Grass num radioso fim de tarde de domingo. Por acaso e só por acaso, dia de eleições locais. Convicto do salvo- conduto que lhe conferia a sua condição de cristão, católico e irmão da misericórdia, dirigiu pronta e decididamente o seu pesado voo para cima, para as portas do céu. Duas pancadas sonoras na enorme aldraba do etéreo portão fizeram saltar S. Pedro, no outro lado, da pachorrenta sonolência a que se entregara.
- Quem bate assim tão desalmadamente? - Pergunta o santo porteiro, entreabrindo o postigo.
- Sou eu…
- Eu quem?
- Eu, Peartree Grass. Vai dizer ao teu Patrão que já cheguei.
- E que queres tu, alma deste mundo?
- Quero entrar. Entrar e ocupar o lugar a que tenho direito. Em vida, como sabes, fui um grande eleito. Aqui terei certamente direito a um lugar no Conselho Geriátrico do Celeste Condomínio!
- Haa… bom… deixa lá ver.
Com gestos titubeantes, abre então S. Pedro o Grande Livro á sua guarda. E ajeitando as velhas cangalhas na ponta do nariz, inquire:
- Como dissestes mesmo que te chamavas?
- Já lhe disse. Grass, Peartree Grass. Da grande família dos Grass, conhecidíssimos no meu país por sobreviverem a todas as convulsões, revoluções e inquirições, por paparem toda a sorte de sapos e não apanharem indigestões…
Percorre S. Pedro vagarosamente a letra guê, uma vez, duas, vezes, três vezes. Em vão, pois o nome teima em não aparecer. Impacienta-se agora Peartree.
- Despacha-te homenzinho e deixa-me entrar. Se fosses meu empregado, já te tinha levantado um processo e mandado para o estaleiro!
Uma vez mais se debruça S. Pedro sobre as páginas amarelecidas do rol dos bons. Mas não, o nome não está lá, tem agora a certeza.
- Ná, tu não constas aqui no meu livro. Em definitivo, o teu lugar não é aqui entre os justos.
- Impossível, não acredito – afirma Peartree com os olhos já avermelhados de raiva. – O padre Manwell tinha-me garantido, prometido, afiançado…
- Vai e que o Chefe tenha piedade da tua alma… vai…
Com um gesto seco, o Santo Guardião das Chaves fecha o postigo e regressa à sua doce soneca. Atónito e sem acreditar no que lhe está a acontecer, Peartree Grass sabe agora que o seu lugar é o Purgatório, o domínio dos ANJOS.