segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Medo?

Portugal é um país de brandos costumes, de pessoas simpáticas e descontraídas, que sabem receber e que gostam de feriados e centros comerciais.
Portugal é um país de pessoas que têm medo de falar, que têm medo de reclamar, que têm medo de dar a cara pelas suas opiniões.
Percebo que Portugal viveu muito tempo em ditadura, onde não existia liberdade de expressão, onde não era tolerada a individualidade de cada pessoa, onde eram reprimidas as criticas e as vozes de descontentamento.
Eu percebo tudo isso, mas já vivemos em democracia há 37 anos e por isso já deveríamos ter outra atitude, uma atitude onde já não devia existir o medo.
Os portugueses têm medo de dar a sua opinião, têm medo de denunciar, têm medo de se exprimir, têm medo de dar a cara, têm medo de reclamar, têm medo de lutar pelos seus direitos.
Primeiro exemplo: nos blogues ninguém (ou poucos), publica e comenta assinando o nome por baixo. A ideia dos blogues era boa, mas o anonimato condena essa ideia ao fracasso.
Segundo exemplo: o livro de reclamações já tem uma idade razoável, mas poucos o pedem. As pessoas saem de determinados serviços revoltadas e mal atendidas, mas conformam-se e baixam os braços.
Terceiro exemplo: a violência doméstica e a violência contra crianças são crimes públicos, mas as pessoas preferem ficar caladas e não denunciar, porque "entre marido e mulher ninguém mete a colher"!
Quarto exemplo: as pessoas não gostam de assinar manifestos e não vão a manifestações, se bem que isso já está a mudar um pouco.
O resultado desta postura está bem visível, o país chegou a um pouco insustentável, as pessoas vivem mal, há  2 milhões de pessoas a viver no limiar da pobreza e políticos a encher os bolsos com dinheiro público.
Penso que deveríamos ser mais exigentes, deveríamos ser mais interventivos, deveríamos ser mais atentos e mais críticos. Caso contrário quem perde é o país, ou seja, nós!
Afinal temos mede do quê?


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