segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Até quando?


Ao longo da História a corrupção esteve sempre presente nas relações humanas, faz parte da vida política e até é uma espécie de tradição em certas sociedades.
Em países ricos, como o Brasil, a corrupção existe, é visível a olho nu, mas é facilmente alimentada, uma vez que o país tem dinheiro e recursos suficientes.
Em países pobres, sem riquezas e sem recursos, como Portugal, é uma situação verdadeiramente preocupante.
Sempre houve em Portugal uma espécie de corrupção saloia, uma corrupção que assentava no tráfico de influências e favores, este tipo de corrupção envolvia pequenas quantias de dinheiro, .ou apenas favores, como empregos ou cargos. Também há casos de pessoas que ocupam cargos em regime de "voluntariado", mas depois compram serviços ou bens a empresas da sua propriedade (ou de familiares). Esta é uma prática recorrente e aparentemente tolerada na sociedade
Nos últimos anos o tipo de corrupção mudou, eu diria que começou a mudar no final do século XX e inicio do século XXI, durante o governo de António Guterres. Nesses anos chegavam a Portugal grandes quantias de dinheiro, que vinham de vários financiamentos da União Europeia e eram distribuídos de uma forma pouco clara. Havia dinheiro para grandes obras e para alimentar as diferentes clientelas políticas.
Hoje em dia já não há dinheiro, mas continua a vergonha nacional, e está cada vez pior, uma vez que as decisões são tomadas na praça pública, à frente de todos os portugueses.
Este semana fomos confrontados com as nomeações para a EDP, e também fomos confrontados com uma noticia que dava conta que o governo já fez mais de 600 nomeações.
Também fomos confrontados com os negócios obscuros da PARPUBLICA com os imóveis do governo, ou seja como os imóveis de todos nós.
O sistema político está podre e já cheira muito mal, e só muda se forem alteradas todas as leis relacionadas com o financiamento dos partidos, com as contratações e concursos públicos.
Outra coisa que me irrita é ver certas pessoas criticar as nomeações do governo, tendo em atenção que essas pessoas já foram nomeadas para cargos públicos ou já nomearam alguém da sua família partidária. 
Neste caso, como em muitos outros, devia prevalecer o bom senso, mas infelizmente apenas prevalece a hipocrisia e a ganância.

(este artigo foi redigido ao abrigo do artigo 37º da Constituição da República)

Roberto Vinagre

1 comentário:

  1. Caro Amigo, já tenho saudades dos pequenos debates que tínhamos sobre as desgraças do nosso país. Das nossas idas àquele espectáculo gratuito. Sabes, aquele em São Bento. Falas em nomeações, que nomeações? Roberto, não são nomeações é o reconhecimento de um trabalho ardo de uma vida. A cultura e inteligência do Cristiano Ronaldo não vale um milhão de euros mês, então o professor catedrático Eduardo Catroga merece os seus míseros quarenta e cinco mil euros mês. Isto é reconhecimento Roberto. Neste Governo há clareza. Pois, não te lembras da palavra de ordem de um senhor Gestor que se licenciou quase com quarenta anos e com um currículo invejável? “Transparência”. Já agora, sabias que ele foi candidato a Presidente de Câmara Municipal da Amadora, eleito Vereador sem pelouro pela lista do Partido Social Democrático? Amadora, que engraçado. Será que ele também veio de Angola?
    O nosso amigo “Engenheiro Relativo” tinha razão quando disse uma vez que cada um de nós daria “o seu melhor por um país mais justo, por um país mais pobre…”. Eu acho que nós, Zé Povinho, já não conseguimos dar nada a um país que nos tira subsídios, que nos reduz salários, que cria desemprego, que não dá oportunidades a jovens empenhados e competentes... A estes pedem-lhes para emigrarem, onde é que isto já se viu. Depois dizem que Portugal lhes dá formação para podermos abrir fronteiras. Era este o discurso destas celebridades antes das eleições? Não, não era e como tu dizes "faz o que eu digo, não faças o que eu faço"! São todos iguais. Estes até andam com um pin ao peito. Será de ouro? Foi oferecido ou compraram com dinheiro de quatro ou cinco anos de uma reforma mínima de um idoso que vive sem condições? Foi oferecido, só pode.
    Ainda te lembras daquela música? Sabes, aquela que dizia “onde para ser parvo é preciso estudar”, sim somos todos parvos em ouvir este indivíduos e perdermos tempo aos Domingos de quatro em quatro anos. Agora já concordo contigo quando defendias a monarquia.

    Bruno Garcia.

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